Estudo aromaterapia: Sua história e antecedentes


Sua história e antecedentes

Os extratos aromáticos das plantas são usados de forma terapêutica há milhares de anos, e a sua utilização remonta a
todas as antigas grandes civilizações.

O mundo antigo

Desde os primórdios da humanidade, a fumigação tem sido usada tanto nos rituais cotidianos quanto em cerimônias religiosas
Como expressão e lembrete de uma sacralidade que tudo permeia. A fragrância tem sido vista como uma manifestação da divindade na Terra, uma ligacão entre os seres humanos e os
deuses, meio e mediador, emanação da matéria e manifestação do espírito.
A India, onde os óleos essenciais são usados há milhares de anos, é provavelmente o único lugar no mundo onde essa tradição jamais foi perdida. Os templos indianos eram construídos
quase inteiramente de sândalo para garantir que tivessem uma atmosfera aromática e, com uma história de mais de 10 mil anos, a medicina ayurvédica é a forma mais antiga conhecida de prática médica. O Pen Tsao, o livro médico mais antigo que sobrevíveu até os nossos dias, é um livro chinês sobre ervas de
autoria de Chen Nang, e data aproximadamente de 2800 a.C. Ele
contém informaçõesa respeito de mais de cem plantas. Além de usar as ervas aromáticas como medicamento, os chineses as utilizavam para mostrar respeito aos seus deuses, queimando também madeiras aromáticas e incenso com essa finalidade.

Os egipcios

As origens da medicina aromática na Europa e no mundo ocidental recuam a mais de 6 mil anos, ao Egito e aos faraós, Os egipcios usavam um método conhecido como infusão para extrair o oleo de plantas aromáticas, e o incenso foi provavelmente uma das maneiras mais antigas de utilização das essencias aromáticas. Os egipcios levavam muito a sério a higiene pessoal, e a receita mais antiga registrada de um desodorante para o corpo foi encontrada no Papiro de Ebers datado de 1500 a.C. Eles tinham experiència em massagenm e usavam oleos de massagem perfumados depois do banho, sendo famosos pelo cuidado que tìnham com a pele e pelos cosméticos. Os egipcios também eram especialistas em embalsamamento e utilizavam os oleos essenciais com poderosas propriedades antissépticas para queo tecido do corpo ficasse bem preservado durante milhares de anos. O famoso perfume kyphi era fabricado pelos egipcios, mas era mais do que um
perfume por ser também antisséptico, balsâmico e tranquilizante.
As práticas egípcias influenciaram todo o Oriente Médio e bacia do Mediterrâneo, Os babilônios misturavam perfume con
a argamassa quando construíam os seus templos, arte que transmitida aos árabes, que erigiam as suas mesquitas da mesma maneira. O famoso templo do Rei Salomão em Jerusalém, concluído por volta de 960 a.C., foi construído com cedro e pedra.
Os mercadores fenícios exportavam valiosos unguentose vinhos aromáticos para a região do Mediterrâneo e da península árabe, e voltavam das suas viagens ao Oriente trazendo os preciosos olíbano, canela, gengibre e mirra. O olíbano e a mirra foram duas das oferendas que os Reis Magos fizeram ao menino Jesus.

O mundo clássico 

Os antigos gregos usavam substâncias aromáticas nas casas de banhos, e os óleos aromânticos eram amplamente utilizados para a saúde.  Muito importante é o fato de os gregos terem assentado por escrito grande parte do seu conhecimento médico, o qual foi transmido ao longo dos séculos.  Hipócrates utilizou um grande numero de medicamentos fitoterapicos, escreveu a respeito deles e fez comentarios ate hoje relevantes para a aromaterapia. Teofrasto escreveu o primeiro tratado sobre o odor, que foi chamado de Tratado sobre os Odores. Ele fez um inventário de todas as essências aromaticas gregas e importadas, e analisou maneiras pelas quais elas poderiam ser utilizadas. Pendânio Diocorides escreveu o seu livro avrespeito de medicina fitoterapica.
Os romanos obtiveram grandr parte do seu conhecimento médico com os gregos e se dedicaram a aprimorar e intensificar o uso das essencias aromáticas na higiene, na medicina e nos cosméticos. 

A ldade Média

Durante esse periodo, na Europa, nem o corpo nem as roupas eram lavadas com muita frequência, e ervas aromáticas eram espalhadas no chão para ajudara disfarçar o cheiro. Os fabricantes de luvas impregnavam as suas mercadorias de óleos aromáticos e está registrado que as substâncias aromáticas eram utilizadas dessa e de outras maneiras para ajudar as pessoas a sobreviver às epidemias da peste. As pessoas carregavam bolas perfumadas - laranjas espetadas com cravo ou pequenos buquês de ervas aromáticas  para repelir as infecções, particularmente a peste. Os médicos frequentemente usavam um "embornal" pela mesma razão. Está claro que extratos vegetais estavam sendo usados com êxito para uma variedade de problemas internos e externos. Em 1559, Conrad Gesner escreveu que os óleos essenciais tinham o poder de "conservar todas as energias e prolongar a vida".
Do outro lado do mundo, nas Américas, os astecas eram bastante conhecidos pelos seus medicamentos, e os conquistadores traziam de volta o conhecimento de outras plantas medicinaise óleos aromáticos. Os índios norte-americanos também usavam
óleos aromáticos e produziam os seus próprios remédios fitoterápicos.
Paracelso, médico, cirurgião e alquimista do século XVI, foi a primeira pessoa a realizar e registrar a dissociação de agentes químicos ativos nas plantas, algo que é regularmente executado
hoje de acordo com as normas farmacêuticas modernas. No século XVIL, Nicholas Culpeper, botânico, especialista em ervas medicinais e médico, escreveu o famoso livro Complete Herbal, que as pessoas citam até hoje.
Servas egípcias- prensando flores em um vaso para fabricar óleos medicinais e pergumes. Os antigos egípcios  extraiam o óleo das plantas aromaticas para usar como incenso, desodorantes, na massagens  e no embalsamento.

Ruínas  da Casa de Banhos dos Quatro Ventos
Os antigos gregos e romanos usavam óleos aromáticos  nas casas de banhos, para fins de higiene e, com o tempo, passaram a utilizá-los na fabricação de remédios e de cosméticos.
Avicena foi um médico do final do século Xe no início do século XI cujo aperfeiçoamento do equipamento de
destilação possibilitou que ele fosse a primeira pessoa a fabricar um óleo essencial puro. Ele tinha um interesse
especial pela essência das rosas.

▪ Os pioneiros da aromaterapia

A aromaterapia como a conhecemos hoje em dia deve muito ao trabalho pioneiro de cientistas franceses e italianos durante os séculos XIX e XX.
A tuberculose foi um dia uma doença muito Comum na França, e constatou-se que as pessoas que trabalhavam na manipulação de flores e ervas não contraiam doenças respiratórias.
Essa constatação gerou o primeiro teste de laboratório registrado, em 1887, dos efeitos antibacterianos dos óleos essenciais, já que eranm considerados responsáveis pela boa saúde dos trabaIhadores. Isso deu origem à mais antiga pesquisa científica sobre os óleos essenciais e os seus efeitos nos micro-organismos, realizada na França por Chamberlande confirmada por Cadac
e Meunier. Ela revelou que os óleos essenciais matavam microorganismos da mononucleose infecciosa e da febre amarela.
O dr. René-Maurice Gattefossé, o qual, segundo consta, criou o termo aromathérapie, era químico. A sua contribuição para a história da aromaterapia é que, emn 1910, ele queimou gravemente as mãos quando realizava um experimento no seu
laboratório que resultou numa explosão. A sua ação reflexa foi mergulhar a mão num recipiente que continha óleo essencial de
lavanda. Gattefossé descobriu que a dor nas mãos diminuiu e o processo de cura foi mais pronunciado por causa da sua inadvertida aplicação da lavanda.
Entre os anos de 1920 e 1930, cientistas italianos realizaram experimentos relacionados com os efeitospsicológicos dos óleos essenciais. O dr. Renato Cayola e o dr. Giovanni Garri debateram os efeitos dos óleos essenciais sobre o sistema nervoso, a pressão sanguinea, o ritmo respiratório e a frequência do
pulso, já eles haviam estudado os efeitos estimulantes e calmantes desses óleos. Eles também observaram a capacidade de cada óleo essencial de destruir bactérias.
O dr. Jean Valnet, cirurgiāo do exército francês, utilizava os óleos essenciais como antissépticos para tratar de ferimentos e queimaduras graves durante a guerra da Indochina, que durou
de 1948 a 1959. Depois da guerra, ele passou a exercer medicina na vida civil, usando óleos essenciais para tratar dos seus pacientes. Em seguida, começou a tratar pacientes de hospitais psiquiátricos com óleos essenciais e outros produtos fitoterápicos, obtendo um grande sucesso. Em 1964, escreveu L'Aromathérapie.
O Professor Paoli Rovesti fez pesquisas sobre os efeitos psicológicos dos óleos essenciais nos pacientes que sofriam de depressão e histeria. Em 1975, conduziu uma expedição arqueológica ao
Pacquistão a fim de investigar descobertas relacionadas com o uso de produtos de beleza pela civilização do Vale do Indo 5 mil anos atrás. No museu de Taxila, cidade localizada na base do Himalaia, ele encontrou um dispositivo de destilação ou destilador em perfeito estado de conservação, feito de terracota. A datação científica desse equipamento o colocou em 4000 a.C.
Mais ou menos nessa mesma época, a bioquímica Marguerite Maury estava pesquisando a utilização dos óleos essenciais para fins terapêuticos e cOsméticos. Ela usava a massagem co-
mo a base da sua terapia médica/cosmética e escreveu um trabalho a respeito da maneira como as essências aromáticas atuam sobre o Corpo fisico, a mente e também sobre a pele. O seu conhecimento natural a respeito dos cuidados com a pele parece se apoiar amplamente em informações da Índiae da China antigas.
Grande parte das tendências atuais da aromaterapia tem as suas origens no trabalho de Marguerite Maury. A falecida Micheline Arcier conheceu Marquerite Maury em 1959 numa conferência sobre a terapia da beleza. Esse encontro fez com que Micheline Arcier dedicasse a vida à aromaterapia, tendo sido treinada tanto com Marguerite Maury quanto com o dr. Jean Valnet.
Micheline Arcier foi um dos primeiros centros de treinamento oficialmente reconhecidos pela sólida International Federation of Aromatherapists, gue foi formada em 1985 Como o principal órgão de aromaterapia no Reino Unido e no resto do mundo.O centro formulou com êxito os padrões da pratica, assim como promoveu a aromaterapia iqualmente para a profissāo médica e para o público.
Nicholas Culpeper catalogou centenas de ervas medicinais e, em 1653, publicou as suas constatações no seu Complete Herbal, que causou um profundo impacto na medicina.

Fonte: Guia Completo de Aromaterapia - Joanna Hoare

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